As três classes sociais: clero, nobreza e povo
Religioso, nobre e plebeu |
Havia na Idade Média uma forma de distinção própria a cada classe social.
Ela era condicionada à função de cada qual na sociedade.
Havia uma distinção eclesiástica, uma distinção aristocrática e uma burguesa.
É necessário não confundir a distinção, segundo a concepção medieval, com a dos tempos modernos.
No Ancien Régime, por exemplo, a distinção eclesiástica era ter o cabelo empoado, usar lencinho, e uma série de atitudes congêneres que davam idéia de um homem adamado, freqüentando a sociedade mundana.
Hoje, o bispo avançado procura parecer com qualquer um, um sindicalista ou um invasor de terras do tipo emessetista.
Bispo, Notre Dame de Paris |
Na Idade Média, pelo contrário, vemos o espelho da distinção do clero nas imagens de bispos esculpidas nos portais das catedrais góticas:
Homens eretos, de porte firme, olhar profundo e simplicidade de maneiras; mas ao mesmo tempo com racionalidade e nobreza, em tudo extraordinárias; verdadeiros pastores de almas, verdadeiros guias, príncipes na ordem do espírito, sem nenhuma preocupação de caráter mundano.
Eis o verdadeiro símbolo da distinção eclesiástica.
A distinção do nobre era uma distinção guerreira, porque a classe aristocrática era a classe militar.
A distinção do nobre consistia essencialmente em ser um batalhador corajoso, de peito aberto, olhar inflamado, atitude decidida.
A distinção plebéia, no fim da Idade Média, é a distinção do burguês: sério, calmo, bonachão, pensativo, de aspecto grave, colocado atrás de uma verdadeira tribuna, que era o seu balcão.
Nobre na batalha de Crécy |
É a figura típica do burguês ou do artesão.
Esse modo de ser fazia parte da distinção burguesa.
São três estilos de vida, três funções diferentes na sociedade, dando origem a três tipos distintos.
Porém todos eles, dentro dessas várias ordens, são proprietários das funções que ocupam, e nelas encarnam graus diferentes de distinção, personificando dessa forma os seus respectivos cargos.
Podemos assim ter uma idéia da variedade de tipos e da índole profunda que imperava no conjunto das instituições medievais.
Eram homens profundamente enriquecidos em sua dignidade pessoal, encarnando e personificando as posições que ocupavam.
Esta é uma das mais profundas razões da força e da solidez das instituições medievais.
gotei muito….
Comentário por EMERENTINA — 26 abril 2015 @ 11:39 |